Considera-se um empreendedor?

O empreendedorismo nem sempre se veste de fato e gravata, nem está reservado a quem cria empresas, embora muitos ainda o associem apenas a isso.

Ser-se empreendedor, na verdade, pode significar algo tão simples como encontrar uma forma diferente de fazer as coisas, melhorar pequenos aspetos do dia-a-dia ou pensar, com criatividade e propósito, sobre o ambiente que nos rodeia.

É, acima de tudo, uma questão de atitude. E isso está ao alcance de todos nós!

Foi com esta premissa que a AlgarveSTP foi convidada a dinamizar uma sessão dedicada ao tema, dirigida aos estudante do 4º ano da Licenciatura em Enfermagem da Universidade do Algarve, no âmbito da unidade curricular de Empreendedorismo, a convite da Professora Beatriz Gonçalves e com a presença da Professora Adelaide Paiva, diretora do curso.


Mas, afinal, o que é ser empreendedor?

Começámos por fazer uma pergunta simples: Quem aqui se sente um empreendedor?, e, como era de esperar, poucas mãos se levantaram.

No entanto, à medida que Jessica Costa, diretora executiva da AlgarveSTP, foi desconstruindo o conceito, a percepção dos alunos começou a mudar. Porque empreender não exige criar um negócio. Empreender exige, sim, ter iniciativa, melhorar processos, antecipar necessidades e propor soluções, com impacto real.

No fundo, é olhar para o que existe e pensar: como posso tornar isto melhor?


Empreender dentro do sistema (e fora dele)

A sessão abordou os principais tipos de empreendedorismo: o tradicional, o social, o inovador e o intraempreendedorismo – e este último é mais presente do que se imagina, especialmente em contextos como o da saúde.

Ser intraempreendedor é fazer diferente, mesmo dentro de estruturas já estabelecidas, como por exemplo:

  • Sugerir melhorias na gestão de materiais
  • Identificar formas de reduzir o tempo de espera num serviço
  • Criar ferramentas para apoiar o bem-estar da equipa
  • Propor novos protocolos de comunicação com doentes e famílias
  • Desenvolver um projeto de prevenção junto da comunidade

Tudo isto são pequenas mudanças que, quando aplicadas, geram um grande impacto. Portanto, empreendedorismo.


Casos reais que nasceram da experiência clínica

Ao longo da apresentação, foram também partilhados exemplos de pessoas que, partindo da prática clínica, criaram soluções com impacto:

  • Nursem (UK): Marca de cremes desenvolvida por uma enfermeira para proteger as mãos dos profissionais de saúde.

  • Murse World (EUA): Loja online criada para responder à ausência de fardamento adequado para homens em enfermagem.

  • Home Care Algarve (PT): Plataforma local que conecta cuidadores e enfermeiros a famílias, especialmente focada em demência e Alzheimer.

Cada um destes exemplos nasceu de uma postura ativa, da empatia e da vontade de resolver um problema real.

No final, ficou clara a mensagem central: O diploma abre portas, mas a atitude empreendedora abre horizontes!

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