Foi recentemente publicado o European Innovation Scoreboard 2025, o principal relatório da Comissão Europeia que avalia o desempenho dos países da UE em matéria de inovação e Portugal ocupa este ano o 16.º lugar, integrando o grupo dos chamados “Inovadores Moderados”.
Apesar de não se tratar de um resultado de topo, o posicionamento de Portugal é consistente com a média da União Europeia e representa um sinal claro de progresso sustentado, ainda que com desafios estruturais por ultrapassar.
O que está a correr bem?
O relatório destaca algumas melhorias relevantes nos últimos anos, nomeadamente:
-
Aumento da colaboração entre empresas e universidades
-
Crescimento na oferta de competências digitais
-
Evolução positiva ao nível da inovação em PME
-
Esforços visíveis em governança digital e simplificação administrativa
Estes avanços mostram que há um investimento sério em áreas chave para a transformação da economia, com impacto potencial no território, especialmente quando existem estratégias alinhadas e comprometimento regional.
O que continua a faltar?
Ainda assim, os desafios permanecem evidentes:
-
Baixo investimento privado em I&D
-
Dificuldades no acesso ao financiamento por parte de startups e scaleups
-
Falta de dinamismo na transferência de conhecimento científico para o tecido empresarial
-
Necessidade de reforçar a retenção e atracção de talento qualificado
Estes factores limitam a capacidade de Portugal escalar a inovação de forma mais transversal e sustentada. E o Algarve, como parte integrante desta equação, não está imune a estas limitações, mas também pode ser parte da solução.
O Algarve no contexto da inovação
O Algarve tem vindo a destacar-se em alguns indicadores nacionais, como o Índice Digital Regional, onde obteve o 3.º lugar em 2023, e em iniciativas estruturantes como o projeto RIA – Região Inteligente Algarve. Além disso, cidades como Albufeira têm ganho destaque como destinos digitais e territórios atrativos para nómadas tecnológicos.
Mas a verdade é que o potencial da região ainda está longe de ser totalmente aproveitado. E, por isso, é urgente reforçar a ligação entre ciência e empresas, o apoio à inovação nas PME, o acesso a financiamento em fases críticas de crescimento, a atração de talento internacional e o desenvolvimento de talento local e, ainda, a presença do Algarve nas redes europeias de inovação.